quinta-feira, 23 de maio de 2019

// Sobre Moda e Tecnologia

Saímos dos anos 2000 e já estamos definitivamente há quase duas décadas na era da internet. Tecnologias que mudam nossa forma de viver e consumir aparecem a todo momento. 

Plataformas que nos permitem realizar todo tipo de compra com o conforto de não sair de casa, ferramentas que nos ajudam a encontrar médicos, restaurantes, ou os melhores caminhos para um destino estão à disposição e não param de pipocar por aí. Afinal, quem hoje em dia não recebe uma indicação de novidade do mundo digital por semana? Ao longo dos anos, e conforme essas tecnologias foram ficando mais conhecidas e utilizadas, é possível perceber uma grande mudança no comportamento dos consumidores e também quais mercados estão se adaptando com mais agilidade nesse novo modo de operar os negócios.

Falando em segmentos que estão se adaptando, os players de moda, incluindo a indústria têxtil e o varejo do Brasil, são mercados que ainda precisam melhorar sua relevância e aderência ao mundo digital. Temos, fora do país, excelentes cases de sucesso de como a moda conseguiu se transformar, apresentando aos consumidores soluções tecnológicas que se encaixam com o novo estilo de consumo. Falta no mercado brasileiro algum player que tenha a expertise e coragem de iniciar essa aventura, e assim carregar o mercado na mesma direção.

Opções de como a tecnologia pode ajuda-los não falta, basta um Google rápido para conhecer aplicativos como o ScreenShop, que permite que você tire um print da roupa, sapato ou acessório que viu online e quer comprar, e a ferramenta te apresenta diversas opções iguais ou similares, além de mostrar onde você pode adquirir e qual o valor. Esse é só um dos exemplos do que têm funcionado no mundo e é preciso chegar com mais força ao Brasil.

Em recente estudo que a GhFly realizou com as perspectivas do mercado, é possível ver que os números são otimistas. A previsão para o varejo, por exemplo, é de um aumento de 3.5% no volume de vendas ao longo de 2019. Se levarmos em conta os últimos anos e a recessão que o segmento sofreu, este ano será de boa retomada. As empresas precisam enxergar esse potencial como o momento certo para apresentar suas novidades e entrar de cabeça no que a tecnologia tem a oferecer para eles e seus clientes.

Além das boas previsões e de tudo que está à disposição no mercado digital, o setor da moda precisa, de uma vez por todas, compreender a nova forma de relacionamento dos consumidores com as marcas. Aliás, relacionamento, mudança e velocidade, acredito, são as palavras de ordem da vez.

O comprador precisa se identificar com a marca, acreditar nos mesmos ideais e comprovar a responsabilidade da empresa com temas que fazem sentido para ele. E isso vale para questões como meio ambiente, responsabilidade social, igualdade de gêneros. O mundo digital possibilitou essa abertura de relacionamento, antes tão distante, entre as marcas e os consumidores. Por outro lado, essa maior liberdade de escolha e a exigência de uma melhor experiência com a marca, obriga os players a saírem da caixinha. Não se aceitam mais campanhas só com pessoas dentro do antigo, dito, padrão de beleza. Não se aceita uma marca, ainda que de luxo, que vende roupa com pele de animal. E essas informações estão, literalmente, a um clique do potencial cliente.

Construir um sentimento, compartilhar uma causa, tudo isso importa para o novo perfil de consumidor, as conhecidas gerações Z e millenials, e fideliza-los é a única forma de garantir a permanência no mercado. Buscar tecnologias que ajudem nessa aproximação e virada de chave também é fundamental. É preciso entender como é a forma de consumir dessas gerações, o que elas buscam e por quais canais. Esse é o segredo.

Por fim, acredito que unificar a expertise entre o que o digital pode oferecer e o perfil do consumidor moderno pode ser benéfico para o setor da moda. Números que tendem a crescer com a retomada econômica podem ser impulsionados por ações que fortaleçam os negócios, baseando-se no fator humano e nosso novo modo de operar, que prioriza o digital.

FONTE:
https://ecommercenews.com.br/artigos/dicas-artigos/moda-tecnologia-e-o-consumidor-moderno/

quinta-feira, 16 de maio de 2019

// Você Precisa Usar Seus Dados, Lógico.

Uso dos dados na cadeia logística: ou você sabe usar ou está perdendo tempo e dinheiro.

Ao ler este texto, de alguma forma você está sendo cookado, tagueado e algum algoritmo criado, para que essas informações sejam acessadas mais tarde. Isso vale para todos: consumidores, produtos e serviços. Os dados viraram a commodity mais valiosa no mundo dos negócios. Eles ajudam as organizações a reduzirem seus custos, a tomarem decisões mais rápidas e apuradas e até a criar novos produtos e serviços que atendam a demandas diárias dos consumidores.

A cadeia de suprimentos ou Supply Chain também está passando por essa digitalização, liderada pelo Big Data e Analytics. Segundo pesquisa do Supply Chain Insights, 93% dos entrevistados acreditam que o Big Data irá gerir esta disciplina até o final de 2020. Diria que não vai demorar tanto assim. É uma mudança de abordagem radical, que tem como consequência direta melhoras significativas no tempo de entrega, na confiabilidade, no custo e no controle. Essa abordagem tornou-se imperativa, dada a crescente concorrência dos mercados, as altíssimas expectativas dos consumidores e o crescimento constante e acima da média do e-commerce.

Neste novo cenário, as regras mudaram: o que era desejável virou mandatório e o que era vislumbrado, tem se concretizado. Por exemplo, os tempos de entrega diminuem continuamente. Informar o passo a passo do status de entrega deixou de ser acessório e tornou-se uma ferramenta eficaz para “aplacar” a ansiedade do consumidor.

Nunca tivemos acesso a um volume de informações tão grande, de fontes e naturezas distintas, quase que em tempo real. Acrescenta-se a isso os dados históricos, dados de venda, pesquisas setoriais, indicadores macroeconômicos e os dispersos na internet. Mas, com toda essa fonte inesgotável de informações, as empresas precisam saber usá-las de forma inteligente, navegar e entender adequadamente tudo o que está disponível, caso contrário, o retorno sobre o investimento tardará a chegar.

Com isso, as cadeias logísticas vêm sendo redesenhadas com base nos dados e análises. Hoje esse processo se divide em 4 etapas evolutivas: descritiva ou histórica; regressiva ou preditiva; prescritiva e, no topo delas, a cognitiva. Entre as empresas, podemos dizer que 30% delas estão no primeiro estágio, 50% no segundo e 20% no terceiro. Poucas figuram na última etapa, como Amazon e Netflix, que se baseiam no comportamento e demanda de seus clientes. Neste último caso, o importante não é adivinhar, mas sim captar rapidamente a mudança e momentos do consumidor, como o conceito matemático da inflexão, em que a curva muda para cima ou para baixo.

Um bom exemplo de cadeia logística bem construída é a usada por uma grande rede varejista de e-commerce de moda. Ela usa as informações do cliente para adequar a oferta, o fluxo do pedido e da entrega. A entrega acontece como planejado e aí começa o ciclo novamente com novas ofertas, etc. Normalmente as empresas que já nascem digitais tem mais facilidade em montar suas cadeias usando a informação, pois informação é parte do DNA da empresa.

Os dados também são a base para tornar as cadeias de suprimentos mais resilientes e responsivas. A análise dos dados históricos e fontes externas permite a identificação de pontos de risco e quais eventos fortuitos poderiam impactas as operações. É o caso, por exemplo, de tempestades, inundações, queda de pontes e até greves. Com o diagnóstico na mão, é possível desenhar estratégias de continuidade, como rotas e modais alternativos. A greve dos caminhoneiros em 2018 foi um bom exemplo. Muitas empresas não estavam preparadas, mesmo com informações sobre o movimento estarem disponíveis há semanas.

Alinhado aos dados na cadeia de suprimentos, une-se a tecnologia Blockchain, autenticando as transações entre os parceiros e validando entre todos os participantes, principalmente no comércio exterior. Com aplicação correta do Blockchain, o processo tende a ser ainda mais célere e confiável, reduzindo assim custos com burocracia, uma vez que irá atuar já a partir do momento da compra, com banco envolvido, navegação, despachante, porto, etc.

Vale ressaltar que a falta de informação não pode mais ser uma desculpa para não se fazer o que é necessário para montar, de maneira eficaz, uma cadeia de suprimentos sólida e adaptativa. Os dados estão disponíveis, acessíveis, compartilhados e detalhados. Fazer uso correto deles irá agregar novos valores aos negócios e, de quebra, elevar a logística a um novo patamar.

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FONTE:
https://portalnovarejo.com.br/2019/04/uso-dos-dados-na-cadeia-logistica-ou-voce-sabe-usar-ou-esta-perdendo-tempo-e-dinheiro/


sexta-feira, 3 de maio de 2019

// Faça Parte do 1%.

Sobreviver às mudanças de hábitos de consumo requer reformular negócios. No varejo, adaptar-se à revolução tecnológica é primordial.

A Profa. Dra. Regiane Relva Romano acredita que “o primeiro e maior problema do setor é a falta de um software de gestão: 99% das empresas do setor não possuem um sistema que organiza suas vendas, faturamento, indica quais produtos vendem mais, e qualquer outra informação sobre sua operação de forma automatizada”.

“Com um bom software de gestão, empresas do setor podem começar a trabalhar com identificação de clientes, que inclui biometria e reconhecimento facial. Com essas informações em um banco de dados, é possível criar um atendimento personalizado para oferecer o produto certo e aumentar as chances de vendas, além de fidelizar o consumidor que achou exatamente o que precisava na sua loja”, diz Romano.

Seguindo essa lógica, o varejo pode oferecer promoções também customizadas e consegue organizar os produtos dentro da loja de acordo com o comportamento dos clientes. Ela destacou também novos formatos de venda, como quiosques.

“A Amazon trabalha esse modelo muito bem e o Walmart anunciou recentemente quiosques dentro das suas próprias lojas. Os clientes podem comprar e sair da loja de forma prática e rápida”, diz.

Há ainda, as máquinas de vending machine, ou máquina de venda automática, dentro das lojas e que podem aumentar as vendas.

“O segredo é cada vez mais usar a tecnologia para atrair e agradar o consumidor. Por exemplo, ‘gamificar’, que é a venda por meio de jogos, e interagir com o cliente é bom para ele que quer comprar e para você que quer vender”, explica.

Outro passo importante tem a ver justamente com entretenimento. “Vender de forma lúdica é fazer a pessoa consumir enquanto brinca e se diverte. Isso é um diferencial. Realidade virtual e realidade aumentada também entram nesse grupo. As empresas precisam pensar em novas formas de oferecer seus produtos".

Além disso, novos formatos de pagamento também precisam se desenvolver no setor. A tecnologia que permite pagar por aproximação já funciona no Brasil, mas ainda está longe de ser algo amplamente utilizados pelos consumidores por falta de confiança. Até mesmo o polêmico Bitcoin e as criptomoedas são agentes desse processo.

Considerando todas essas possíveis tecnologias que podem ser implementadas e já estão disponíveis para serem usadas de forma estratégica para o varejo, um segundo processo começa.

“A partir disso precisamos integrar toda essa tecnologia no negócio, pensar em oferecer tudo de forma padronizada com uma infraestrutura adequada, comunicação eletrônica, aplicativos bem estruturados e usar a internet e as redes sociais a favor da companhia", afirma Romano.

Nessa etapa, a empresa também deve começar a pensar no uso de drones dentro das lojas para inventários, fora das lojas para entregas, impressões em 3D e radiofrequência, por exemplo.

São duas etapas complexas que vão levar à Internet das Coisas, deixando as lojas de varejo inteligentes e integradas. Embora seja um desafio para o modelo que existe atualmente no Brasil, a especialista acredita que a “empresa que não inovar” no sentido desses processos “vai morrer”.

O impacto da Internet das Coisas nos negócios atualmente chega a US$ 8 trilhões ao redor do mundo.

Millennials

Romano destaca que todo o mercado está se transformando e obrigando as empresas a inovar justamente pela chegada dos Millennials, ou a chamada Geração Y, que são os consumidores que têm entre 20 e 39 anos hoje.

“Eles mudaram tudo porque fazem negócio com a marca. E trabalham com o que chamamos de ME2B, ou seja, eles decidem o que querem comprar e esperam que as empresas ofereçam e entreguem esse produto. Essa turma pensar em ‘ser’ ao invés de ‘ter’ está mudando totalmente a lógica do varejo”, afirma Romano.

Segundo ela, a missão das empresas de varejo é fazer um bom Storytelling porque essa geração precisa acreditar no que está comprando. “A empresa tem que vender e está alinhada ao que está oferecendo”, diz.

Essa geração é multi-telas e multicanais e, segundo a especialista, costuma-se classificá-los como consumidores Omnichannel, mas eles não se veem assim.

“Para os Millennials não importa onde e como estão comprando, mas sim o valor que isso agrega. Por isso, consumir do computador de casa, do celular, da loja não faz diferença. O que nos leva ao que chamamos de Unified Commerce: o cliente no centro de tudo”, afirma.

Para a especialista, o varejo precisa adotar esse estratégia de dar atenção ao seu cliente. “Hoje o que chamávamos de Omnichannel, nada mais é do que a personalização”, diz.

Ou seja, com essa nova era a empresa do varejo precisará “integrar saúde, bem estar, entretenimento, gamificação e realidade aumentada para vender o arroz e feijão”, afirma.

Segundo ela, é preciso desmistificar que a tecnologia é extremamente cara e apenas para os grandes negócios. “Todo mundo pode implementar”.

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FONTE:
https://www.infomoney.com.br/negocios/grandes-empresas/noticia/8268721/99-das-empresas-no-varejo-tem-um-problema-diz-especialista