quinta-feira, 20 de fevereiro de 2020

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As tecnologias em lojas físicas permitem que o varejo se apresente como um hub de captação de dados que pode servir a outras indústrias.

A cada movimento do seu mouse dentro do e-commerce, os especialistas conseguem ter ideia sobre o que você procura e até mesmo o que você despreza. O que é mera navegação para o usuário, é uma rica fonte de dados para as empresas e, por isso, é cada vez mais fácil conhecer o comportamento do consumidor no varejo on-line.

A loja física segue caminho parecido. As novas tecnologias têm permitido às lojas físicas serem verdadeiros hubs de captação de dados que vão fornecer informações estratégicas não só para aquele varejista, em específico, mas para outras empresas.

Varejo como serviço

O Magazine Luiza, por exemplo, tem se consagrado como empresa focada no varejo de serviço. Ou seja, vende serviços de inteligência sobre consumo para empresas deste e de outros setores.

Como ela faz isso? A grande movimentação de clientes em suas lojas físicas permite que a empresa tenha um vasto banco de dados que, atrelado aos dados no aplicativo e no portal, constrói um mundo de informações estruturadas sobre o comportamento de compra.

Se antes a internet era a produtora de informações e insights para o varejo como um todo, hoje, a loja física também oferece soluções para operações online. Em um mundo onde o cliente é fluído, navega do fixo para o digital e vice-versa, as lojas não podem se comportar de maneira diferente se quiserem andar lado a lado com esse novo consumidor. As seis dicas para captação de dados são:

Tecnologias para Captação de Dados 


1.Especificação dos produtos
Na China, o uso de QR Code é frequente. O supermercado Hema, maior rede do país, usa a tecnologia para escanear códigos QR nos produtos para mostrar mais informações. Aqui, a rede Pão de Açúcar também oferece esse tipo de categoria na loja da sua sede, na região do Ibirapuera.

O QRCode pode ser utilizado para dar mais informações ao consumidor sobre os valores nutricionais do produto. Por outro lado, o grupo de varejo consegue ter em seus dados quais produtos as pessoas estão consultando.

2.Classificações
Nos Estados Unidos, a Amazon criou a Amazon 4-Star, que reproduz a experiência do site da companhia no mundo real. Classificações de produto que os consumidores dão na internet vão parar na etiqueta do produto na loja física. O caminho inverso também acontece, com a 4-Star classificando os produtos conforme a avaliação dos consumidores na loja física.

3.Identificação de atritos
Esse tipo de consulta é feita de maneira ainda mais automatizado pela Amazon Go, também nos Estados Unidos.

Lá, a loja consegue identificar quais produtos estão sendo pegos e colocados de volta na prateleira. Através de sensores, isso dá ao varejista uma ideia sobre o momento da recusa de cada produto. Se o consumidor pega na mão e coloca de volta, algo relacionado à informação da embalagem está desagradando.

4.Compra super rápida (com experimentação)
Em 2018, a Nike abriu uma loja de seis andares em Nova York, batizada de ‘Nike House of Innovation 000‘. Em um desses andares está o ‘Speed Shop’, que permite aos clientes reservem sapatos on-line para experimentar na loja.

Os clientes podem passar direto pelos outros andares e irem direto a esse, com a finalidade de ser uma venda expressa, quase tão rápida quanto as da internet. A Nike sabe que tem produtos que os clientes gostam de tocar antes de comprar e resolveu juntar a experiência da loja física com a agilidade do checkout do online.

O pagamento pode ser feito pelo smartphone ou por totem.

5.Localização
Identificar as áreas nobres de uma loja era algo só possível de realizar por métodos empíricos, ou seja, demonstrar que o tempo e a experiência dissessem onde cada produto rendia melhor. As tecnologias de beacon e wireless deixaram esse conhecimento científico. Esses aparelhos, que se conectam aos smartphones, são capazes de identificar por onde os consumidores trafegaram durante a sua compra e criam um mapa de calor em cima das experiências de compra do consumidor.

Com o tempo, as lojas físicas vão se tornando tão ricas em dados quanto um ambiente virtual.

6.Identificação do público-alvo
Esse processo de captação de dados de comportamento, dentro da loja, está sendo aperfeiçoado.

As câmeras surgem para substituir os pontos de Wi-Fi e os beacons, somando mais exatidão à identificação da experiência de compra. As novas tecnologias de imagem permitem identificar até mesmo idade e sexo dos consumidores por meio do machine learning, o que traz mais especificidades ao estudo do comportamento de compra.

No futuro, quem sabe, as câmeras do supermercado poderão identificar até o humor dos clientes. Esse tipo de tecnologia já existe, mas ainda é muito imprecisa para ser usada em escala.



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